AQUELES PENSAMENTOS DE QUINTAS FEIRAS À NOITE


Estou eu numa quinta-feira, deitada, tapada até as orelhas, a ver pela 1879x o “Sexo e a Cidade 2” e a pensar que não a universidade não são como os filmes americanos mostram. 
Não existem festas.
 Não existe beer pong (por mais que nós tentemos imitar nunca serão tão bons como os que nós vimos). 
Não existe “conhecer um rapaz hoje e, amanhã não nos lembramos dele”.
E de certeza absoluta que não existe uma Carrie Bradshaw para tentarmos sermos menos meninas da terrinha e mais futuras mulheres poderosas, que estão pela primeira vez num mundo diferente, com diferentes vivências citadinas, mesmo que a única experiência citadina seja estar quase uma hora à espera do autocarro que nunca anda a horas. 
Ou uma Carrie Bradshaw que nos ensina a vestir algo espetacularmente na moda, com uns saltos altos de matar (literalmente, porque são armadilhas ambulantes) e queimar aquele hoodie que faz publicidade gratuita ao nosso curso, porque para nós não chega pagarmos rios de dinheiro para lá andarmos para tirar um diploma que muito se calhar não nos vai valer de nada, ainda andamos a fazer publicidade, aquelas calças rasgas no joelho devido à velhice e não porque é moda e que nos fazem parecer umas crianças em vez de umas jovens mulheres nas casas dos 20 e aquelas all star velhas, rotas, em que a sola branca é preta e por mais que levemos nunca volta à cor inicial.

Ando há 4 anos aqui na universidade e nada, e repito nada, que seja memorável. Nem a tão esperada “primeira vez”. Okay nem vou entrar por aí, porque a minha primeira vez fui tudo menos memorável. Demorou 5 minutos, já a ser simpática, no meio do nada e não tive direito a uma cama, então como podem ver, de memorável só se foi para ele.

Então, não. 
Passado quase 4 anos, um curso quase completo, muitas pestanas perdidas, sono perdido a estudar em vez de noitadas regadas a vodka, a universidade não é de facto, memorável. A não ser para as contas bancárias dos nossos pais. Que levaram uma limpeza daquelas que ficaram a zero.

Obrigada Carrie Bradshaw por me meteres ideias que eu na verdade me ia tornar uma mulher independente numa grande cidade pela primeira vez, quando eu estou enrolada numa manta com orelhas, com um pijama de algodão, que eu tenho a certeza que tenho desde os meus 10 anos. E, só por acaso, eu agora tenho 21.

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